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Versão completa: Sentimento de Insegurança
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[CENTER]MAI – Ministério da Administração Interna[/CENTER]
[CENTER]ou[/CENTER]
[CENTER]Ministro Assaz Irritado[/CENTER]


Não sou pessoa para salientar a questão da forma; por princípio, focalizo-me mais no conteúdo. Todavia, a recente irritação do Sr. Ministro da Administração Interna no Hemiciclo, no meu entender, foi extremamente despropositada.

O Sr. Ministro indignou-se quando a oposição lhe cobrava aumento do sentimento de insegurança que assola o País, aquela insegurança que todos nós, comuns cidadãos, sentimos. Terá razão o Sr. Ministro quando contra-ataca com o pragmatismo dos números que lhe são fornecidos pelas Policias, em virtude de não dispor de mais nenhuns, mas estes não reflectem a realidade actual.


Os factos, por muito que desgoste ao Ministro, desmentem os números que ele apresentou. Não estou só a falar desta onda de crimes violentos contra pessoas da “noite”, onde proliferam crimes violentos contra aqueles que exercem a sua actividade profissional nesses horários e em espaços ditos de “divertimento”.


Dos que têm sido assassinados, ressalvamos um, o Sr. José Gonçalves, o Empresário que foi assassinado sem que se saiba a razão. Era uma excelente pessoa, ainda que movendo-se nessa “esfera”, o “Zeca”, para os amigos, fazia-o com dignidade, a mesma com que tratava e apoiava os que lhe estavam mais próximo.


A insegurança que se sente hoje está retractada de muitas formas e níveis. A lista que apresentamos em baixo, retirada aleatoriamente nos últimos dias de um jornal diário de referência, também contraria o Sr. Ministro:
- Furtos, roubos e violações perpetrados sobre idosos;
- Alunos e seus “pais” que maltratam e agridem os Professores;
- Polícias vítimas de agressão quando efectuavam a detenção de um elemento que passadas 4 horas já está a cometer o mesmo crime e que, enviado pelo Tribunal, tornou de novo à rua;
- Brincadeiras de adultos que redundam em assassinatos;
- Roubos de viaturas com recurso à extrema violência;
- Roubos de ATM e Ourivesarias sempre vigiados por elementos altamente armados e prontos a disparar sobre quem os tentar deter;
- Agressões que terminam em morte ou em prolongadas hospitalizações; apenas porque não se baixou o volume do som de uma televisão numa sala de espera de um hospital (como tantos outros espaços públicos, transformada em abrigo de recurso) ou porque se explica a um “segurança” de uma discoteca que um amigo não entende nem fala bem Português…


Alguns vão considerar a sugestão que apresento de seguida algo populista, mas é a que me ocorre no momento, sugiro:
- Que o Sr. Ministro retire, a todos os elementos do Estado, a Segurança Pessoal. Assim, ficam tão vulneráveis como os comuns cidadãos; e a viajar naqueles grandes carros, estou em crer que ao fim de dois dias estão a ser vitimas de carjacking.

Um Ministro da Administração Interna deve primar pelo rigor e eficácia, para tal, tem de munir-se de informação com origem em locais isentos. Os números que o Ministro usa, para tentar desacreditar a realidade actual, são oriundos da PSP a GNR e PJ; sem pretender ofender os elementos dessas Policias, temos de aferir que são organismos que não estão isentos neste processo, pois são parte activa e interessada. Não me parece correcto. O Sr. Ministro deveria procurar informação junto do INE ou de outro Organismo totalmente isento.

Um Ministro da Administração Interna seguindo o provérbio popular “de que à mulher de César não basta sê-lo há que parecê-lo” deveria concordar que esta onda de criminalidade violenta está afectar a imagem da segurança no País. Não é uma postura sábia não vislumbrar para além dos números de que se rodeia.

O Sr. Director Nacional da Polícia Judiciária, também se nos afigura como uma pessoa desadequada para o lugar; não estando na dependência do MAI, faz uma boa padan com o Ministro da Administração Interna em diversas matérias. A dificuldade em expressar-se perante a comunicação social, o facto de ser muito evasivo, parecendo até inseguro, não é pessoa que transmita a confiança que a população deve ter numa Polícia identificada, até há pouco tempo, como uma das melhores do mundo.
Tenhamos esperança, vislumbra-se por aí uma remodelação ministerial, pode ser?!?

Artigo dedicado ao Zeca “É meu desejo que os teus carrascos sejam descobertos e punidos”.