09-09-2007, 04:05 AM
Júlio:
Não conheço ninguém que seja totalmente boa pessoa. Nem tu e considero-te uma excelente pessoa. 100% puro só a Bayer . e eu (mas ninguém acredita).
Sobre o Soares o que eu sei, decorre apenas daquilo que são factos públicos e notórios como aqueles que eu referi, e que constituem marcos fundamentais na história da democracia Portuguesa, o que aliás é salientado por todos os quadrantes políticos, PC excluído é claro. Sobre o apoio dos EUA ao Soares, toda a gente sabe que existiu. Sobre isso já falaram os próprios Soares e Frank Carlucci embaixador americano à altura em Portugal confirmando-o e, claro, precisamente naquela altura em 1975 (pois quando é que havia de ser?) relembre-se que foi o ano do Verão quente, o ano da tentativa da tomada do aparelho de Estado e das Instituições pelo PC, das nacionalizações, dos saneamentos, do controlo dos órgãos de Informação . etc. Eu confesso que compreendo que o Soares tenha solicitado e obtido esse apoio, pois a situação em Portugal estava a ir num sentido completamente oposto à sua convicção e à democracia. No PSD uma parte estava com o rabinho entre as pernas, outros no Brasil, e outros ainda (poucos mas ainda assim alguns) conspiravam em organizações de cariz terrorista como o ELP e o MDLP, enquanto uma facção dirigente mais corajosa tentava segurar as pontas do partido e alinhar na luta pela democracia, e sobretudo tentava (e bem) não comprometer o partido com aquelas organizações aventureiras e antidemocráticas. Perante este cenário, é perfeitamente aceitável a posição do Soares, e diga-se ainda que, felizmente, a ponte de contacto era o Carlucci! É que a alternativa era o Kissinger que, para Portugal defendia a solução adoptada pelos EUA para a América Latina, ou seja a ditadura militar como forma de obstar ao avanço das "forças comunistas"! O Carlucci era de outra linha (que à altura rivalizava e se digladiava com a do Kissinger lá nos States) que defendia para o mesmo objectivo a implantação de democracias.
Quanto aos diamantes, só sei que foi um boato que correu com insistência, como tantos que correram na altura, como por ex: que o Sá Carneiro tinha dívidas astronómicas que não pagava e tinha contas na Suiça, que os EUA tinham aviões de guerra a sobrevoar Portugal, que a URSS tinha submarinos na nossa costa prontos a actuar etc. etc.
Sobre a questão do abdicar dos amigos sejamos claros: o abdicar é mútuo. No caso do Zenha há uma divergência política fundamental pois este apoia (com o PS) juntamente com o PCP o candidato presidencial Ramalho Eanes, contra o voto do Mário Soares que ficou isolado (estás a ver a sede de protagonismo do Soares? ficou sózinho contra o Zenha e contra a opinião do PS!). Na eleição Presidencial seguinte Zenha demite-se do PS e candidata-se com o apoio de Eanes e o PRD (partido formado por Eanes) e também do PCP que apostava no PRD para dar cabo do PS. O resto é História e quem ganhou foi o Marocas que topou desde o início qual era o ojectivo do Eanes e do PCP. Nestas eleições digo-te já em quem votei: foi no Eanes! Porra, que não estive do lado do Marocas nem uma vez!
Sobre o apoio à UNITA devo dizer-te que nunca o percebi, sempre achei uma parvoíce e nunca concordei com ele. Quanto aos diamantes, só sei que foi um boato que correu com insistência, como tantos que correram na altura, como por ex: que o Sá Carneiro tinha dívidas astronómicas que não pagava e tinha contas na Suiça, que os EUA tinham aviões de guerra a sobrevoar Portugal, que a URSS tinha submarinos na nossa costa prontos a actuar etc. etc.
Mas, caro júlio, para reconhecer que uma pessoa teve um papel fundamental em situações vitais, não é preciso gostar dela. É só preciso ter o discernimento necessário para fazer uma análise imparcial e reconhecer o papel decisivo que essa pessoa teve. Eu por exemplo nunca gostei do Sá Carneiro. Mas reconheço o seu papel importante (e a sua coragem) em dois momentos relevantes:
1 - Quando combateu o antigo regime por dentro ajudando a abrir brechas na ditadura.
2 - Quando, apesar de casado com uma mulher (que não amava) assumiu a sua relação de amor com a Snu Abecassis, afrontando com isso as alas conservadoras do seu partido, da sociedade e da Igreja.
Por fim, onde é que está esse outro defensor do velhinho? Ele que ponha aqui qualquer coisa! E já agora os outros também!
Não conheço ninguém que seja totalmente boa pessoa. Nem tu e considero-te uma excelente pessoa. 100% puro só a Bayer . e eu (mas ninguém acredita).
Sobre o Soares o que eu sei, decorre apenas daquilo que são factos públicos e notórios como aqueles que eu referi, e que constituem marcos fundamentais na história da democracia Portuguesa, o que aliás é salientado por todos os quadrantes políticos, PC excluído é claro. Sobre o apoio dos EUA ao Soares, toda a gente sabe que existiu. Sobre isso já falaram os próprios Soares e Frank Carlucci embaixador americano à altura em Portugal confirmando-o e, claro, precisamente naquela altura em 1975 (pois quando é que havia de ser?) relembre-se que foi o ano do Verão quente, o ano da tentativa da tomada do aparelho de Estado e das Instituições pelo PC, das nacionalizações, dos saneamentos, do controlo dos órgãos de Informação . etc. Eu confesso que compreendo que o Soares tenha solicitado e obtido esse apoio, pois a situação em Portugal estava a ir num sentido completamente oposto à sua convicção e à democracia. No PSD uma parte estava com o rabinho entre as pernas, outros no Brasil, e outros ainda (poucos mas ainda assim alguns) conspiravam em organizações de cariz terrorista como o ELP e o MDLP, enquanto uma facção dirigente mais corajosa tentava segurar as pontas do partido e alinhar na luta pela democracia, e sobretudo tentava (e bem) não comprometer o partido com aquelas organizações aventureiras e antidemocráticas. Perante este cenário, é perfeitamente aceitável a posição do Soares, e diga-se ainda que, felizmente, a ponte de contacto era o Carlucci! É que a alternativa era o Kissinger que, para Portugal defendia a solução adoptada pelos EUA para a América Latina, ou seja a ditadura militar como forma de obstar ao avanço das "forças comunistas"! O Carlucci era de outra linha (que à altura rivalizava e se digladiava com a do Kissinger lá nos States) que defendia para o mesmo objectivo a implantação de democracias.
Quanto aos diamantes, só sei que foi um boato que correu com insistência, como tantos que correram na altura, como por ex: que o Sá Carneiro tinha dívidas astronómicas que não pagava e tinha contas na Suiça, que os EUA tinham aviões de guerra a sobrevoar Portugal, que a URSS tinha submarinos na nossa costa prontos a actuar etc. etc.
Sobre a questão do abdicar dos amigos sejamos claros: o abdicar é mútuo. No caso do Zenha há uma divergência política fundamental pois este apoia (com o PS) juntamente com o PCP o candidato presidencial Ramalho Eanes, contra o voto do Mário Soares que ficou isolado (estás a ver a sede de protagonismo do Soares? ficou sózinho contra o Zenha e contra a opinião do PS!). Na eleição Presidencial seguinte Zenha demite-se do PS e candidata-se com o apoio de Eanes e o PRD (partido formado por Eanes) e também do PCP que apostava no PRD para dar cabo do PS. O resto é História e quem ganhou foi o Marocas que topou desde o início qual era o ojectivo do Eanes e do PCP. Nestas eleições digo-te já em quem votei: foi no Eanes! Porra, que não estive do lado do Marocas nem uma vez!
Sobre o apoio à UNITA devo dizer-te que nunca o percebi, sempre achei uma parvoíce e nunca concordei com ele. Quanto aos diamantes, só sei que foi um boato que correu com insistência, como tantos que correram na altura, como por ex: que o Sá Carneiro tinha dívidas astronómicas que não pagava e tinha contas na Suiça, que os EUA tinham aviões de guerra a sobrevoar Portugal, que a URSS tinha submarinos na nossa costa prontos a actuar etc. etc.
Mas, caro júlio, para reconhecer que uma pessoa teve um papel fundamental em situações vitais, não é preciso gostar dela. É só preciso ter o discernimento necessário para fazer uma análise imparcial e reconhecer o papel decisivo que essa pessoa teve. Eu por exemplo nunca gostei do Sá Carneiro. Mas reconheço o seu papel importante (e a sua coragem) em dois momentos relevantes:
1 - Quando combateu o antigo regime por dentro ajudando a abrir brechas na ditadura.
2 - Quando, apesar de casado com uma mulher (que não amava) assumiu a sua relação de amor com a Snu Abecassis, afrontando com isso as alas conservadoras do seu partido, da sociedade e da Igreja.
Por fim, onde é que está esse outro defensor do velhinho? Ele que ponha aqui qualquer coisa! E já agora os outros também!